segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Apenas 24 horas


Até o começo do século XX, a vida era, basicamente, regida pelo Sol. Explico: antes da disseminação da iluminação elétrica, e do crescimento da Revolução Industrial no Brasil, os horários das pessoas estavam, de certa forma, relacionados ao período do dia, acordando com o nascer do Sol e retornando para suas casas antes dele se pôr.

Apesar de haver iluminação à gás ou à querosene dos lampiões, a vida social era restrita e, como se tinha acordar cedo, as pessoas acabavam dormindo cedo. Depois, com a eletricidade, vieram as primeiras modernidades: primeiro as vitrolas, depois o rádio. Já se começa uma atividade social após o período de trabalho. As pessoas começam a ficar mais tempo acordadas. E as cidades não param. Cinemas, salões de danças, bares, restaurantes. A vida social vai ficando intensa. Vem a televisão e o mundo passa por uma nova revolução. Cada vez mais o dia vai ficando maior e as pessoas dormindo mais tarde.

Vem a Internet. O mundo muda. Junto com o celular, sua vida fica cada vez maior, ou seria, menor? SMS, e-mail, Orkut, Facebook, Youtube, MSN, sites mil. Se a vida já estava corrida, agora tudo ficou mais rápido. Mas nem tudo mudou. O tempo de trabalho ainda continua de sol-a-sol.

Veja a pequena conta da vida “moderna”:

Total de horas do dia (imutável).:  24:00 hs

Dormir...........................:  07:00 no mínimo
Tempo de Trabalho + almoço.......:  09:00 trabalho normal
Locomoção ida e volta do trabalho:  03:00 em média
Preparar e Jantar................:  01:00 mais ou menos
Assistir ao Jornal Nacional......:  01:00 pra ficar informado
Assistir a uma novela............:  01:00 pra ser sociável
Internet, e-mail, Facebook, etc..:  01:00 pra parecer vivo
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                            Total:  23:00 hs

Quantidade de horas livres.......:  01:00 hs (somente isso??)

Não precisa pensar muito pra ver que há algo errado. Qualquer coisa a mais que se esteja fazendo, estamos tirando de algum outro horário. Ou você está acessando a Internet no trabalho (ah... ninguém faz isso!). Ou deve estar dormindo menos, porque o trânsito está levando mais tempo;  talvez jantando vendo o jornal, acessando a Internet enquanto vê a novela. Bem, tudo isso só demonstra uma coisa: o dia é muito curto pra tudo!

O mundo evoluiu. A vida mudou. Mas o tempo de trabalho continuou o mesmo. Todas as tecnologias, inovações, técnicas de trabalho, reestruturações, qualidade total, ISO 9000, e todas as outras “revoluções” nas empresas, não mudaram as relações empregatícias. Você tem de trabalhar as mesmas 8:00 hs de sempre.

Não vou falar sobre os problemas das empresas, por enquanto. Isso será assunto posterior. O que é importante agora é ver o que o Praticismo pode trazer de benefícios para as pessoas.

Quando você muda o conceito de propriedade, pelo conceito de usuário, você pode perceber a sua real necessidade financeira, isto é, ao invés de você transformar o seu tempo de vida, com o seu trabalho, em produtos que você acumula, você passa a ter de trabalhar de forma a cobrir as suas necessidades pelas coisas que realmente usa, o que deve ser de um valor bem menor, principalmente considerando que não temos que pagar juros e correção monetária. Hoje, muitas empresas não estão “interessadas na venda” do produto, muitas vezes o que importa são as prestações que serão pagas, pois podem obter um lucro, através dos juros cobrados. Com isso, além da mudança na atividade principal, que deveria ser a venda do produto, passa a ser o mercado financeiro. E é você que acaba pagando essa conta extra.

No Praticismo, como as empresas passarão a receber pela prestação de serviço, o foco pode se voltar para a melhoria dos produtos, na busca da qualidade e durabilidade destes. Com isso, você precisará de menos para viver, e a grande pergunta: será que se tem de trabalhar tanto tempo assim?

As mudanças são grandes, controversas e demandam de vários estudos, mas todas vêm em benefício de todos. Quem ganha? Todos! As empresas, você, o meio ambiente, a natureza, o planeta. Uma vida melhor para todos.

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Portabilidade Social


Você pode mudar, hoje, de casa?

Muitos diriam que sim. O problema maior seria embalar e transportar tudo o que tem hoje, para a nova casa. Alguns, só de imaginar a quantidade de coisas que teria que transportar, desistiriam antes mesmo de começar a pensar. Além da transferência dos serviços básicos como conta de luz, telefone, tv a cabo, internet, etc.

Com o Praticismo, o conceito de Portabilidade Social vem permitir que seja mais prática a mudança de local e a vida continuar de forma transparente para o usuário.

Considerando que muitos produtos passariam a ser colocado como serviço, tais como, televisão, geladeira, fogão, armários embutidos, para mudar, bastaria pedir a instalação desses produtos no novo endereço. Somado a transferência dos serviços básicos, a qualidade de vida continuaria no mesmo nível, independente do seu local.

No Praticismo a idéia de uma vida com o melhor conforto, visa permitir que se tenha maior disponibilidade de tempo para que a pessoa possa aproveitar essa vida. Uma vez que aumentar as receitas não é simples e estamos presos a uma constância universal: o tempo. Afinal, o dia tem sempre 24 horas. Temos que tornar as coisas mais simples e funcionais para que possamos ter tempo para viver.

Em busca da qualidade


Com  o conceito do Praticismo, onde se analisa a vida atual, buscando soluções e métodos inovadores, a definição da nova classe sócio-econômica de usuários, vem provocar uma mudança no processo produtivo das indústrias.

Atualmente, a principal busca é atingir o menor preço competitivo, reduzindo o custo de produção para obter o melhor lucro possível na venda de um produto. Com isso, o foco é o custo de produção. Trocas de matéria-prima, redução na qualidade, mudanças na composição do produto, etc., toda e qualquer alteração que possa reduzir o custo de produção de um produto é utilizada pela indústria, na necessidade de manter seu produto competitivo no mercado, sem contar que parte desse “lucro” será diluída no processo de recebimento das vendas à prazo. Hoje, a venda é o único meio de receita das indústrias.

Com a idéia de transformar a propriedade em serviço, onde ao invés do cliente comprar e pagar pelo produto, ele simplesmente pede a instalação do mesmo e paga enquanto usar, o produto produzido pela indústria passa a ter um novo foco: a qualidade. Nesse processo, quanto melhor for o produto, mais tempo ele durar e mais recursos ele possuir, mais o cliente permanecerá como usuário deste, e, conseqüentemente, por mais tempo ele pagará a mensalidade.

Como as empresas terão suas receitas por mais tempo, isto é, antes ela só recebia um valor pela venda e, agora, passa a receber um valor constante pelo serviço, elas poderão investir mais em pesquisas e desenvolvimento de produtos que sejam realmente vantajosos para todos, não visando apenas seduzir o consumidor, mas sim, trazer benefícios, tais como, produtos que consumam menos energia, que utilizem produtos que agridam minimamente o meio-ambiente, produtos que sejam recicláveis ou intercambiáveis, aumentando a sua utilização, e quaisquer outros que venham a trazer uma melhoria para todos.

Não havendo a necessidade de se comprar o produto, mais pessoas terão acesso a ele, com custos baixos e, facilitando, teremos uma melhor qualidade de vida.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Uma nova classe


Ter uma qualidade de vida melhor é o desejo de todas as pessoas. A quantidade de dinheiro é proporcional ao conforto que a pessoa pode obter, mas aumentar seu rendimento pode ser complicado, demorado ou, até, impossível, de acordo com o seu tipo de atividade profissional.

Buscando uma vida mais prática, atingindo um maior número de pessoas com um patamar de conforto que melhore sua qualidade de vida, uma nova classe vem surgindo de forma gradual, trazendo facilidade para todos: o usuário. Indo na contramão do conceito de acumular riquezas ou poder, onde a propriedade é a característica dominante, o conceito de usar os produtos, passa a ser um meio de uniformizar o acesso à bens e serviços, mesmo àqueles antes só permitido aos mais abastados.

Essa nova classificação social vem permitir uma transferência, ainda que discreta, do que torna uma pessoa “interessante” perante a sociedade. Antes, ter um celular, distinguia a pessoa das outras devido ao seu elevado preço; hoje, todos podem ter um, cujo custo foi diluído no valor consumido no uso mensal, sendo por um período subsidiado pela operadora, que posteriormente acaba lucrando com o consumo. Agora não é o ter um celular que te distingue, e sim qual o uso você faz dele. De forma análoga a televisão a cabo faz o mesmo com o custo do aparelho decodificador: ele é instalado “sem custo”, sendo que o valor dele estará de alguma forma inserido no valor da cobrança mensal.

Dentro do conceito do Praticismo, essa nova classe de usuários vem atingir a necessidade de facilitar a vida, simplificando o acesso aos bens e serviços, permitindo que você possa usufruir de confortos, sem que seja necessário o acúmulo de propriedades, refletindo nisso o processo econômico, isto é, você não necessita, diretamente, despender um determinado valor na aquisição de um bem, sendo que você pode utiliza-lo por um valor mínimo mensal.

Isso poderia ocorrer com uma infinidade de produtos que compreendem a nossa qualidade de vida, tais como, televisão, geladeira, máquina de lavar, notebook, aparelho de som, etc. Por exemplo, ao invés de você comprar uma televisão, pagando um custo elevado, a empresa instalaria uma, por um valor mensal bem menor do que o valor dividido pela durabilidade. Para a empresa, o valor que ela receberia a longo prazo, constituiria uma receita constante, suprindo o custo do subsidio da produção nos primeiros meses da instalação.

Haverá um benefício adicional dentro desse processo de cobrança mensal: a durabilidade do produto. O que hoje algumas indústrias sofrem com a questão do tempo que um produto fica em funcionamento, evitando que o cliente o troque, passa a ser um beneficio para ela, que tenderá a buscar a produção de produtos cada vez melhores, com mais qualidade e, conseqüentemente, maior durabilidade, para permitir que o usuário permaneça mais tempo com o pagamento mensal.

Dentro do conceito de usar, quanto melhor o produto, mais todos vão sair ganhando e mais pessoas poderão ter acesso a estes, melhorando sua qualidade de vida.

domingo, 28 de agosto de 2011

Quem vale hoje?

De tempos em tempos, ocorre uma mudança das características que tornam as pessoas “mais interessantes” que outras. Essa diferenciação normalmente está ligada diretamente à capacidade financeira, e, por conseguinte, a qualidade de vida das pessoas.

Na história brasileira, a primeira classificação social se deu através da propriedade das terras: os proprietários tinham a vida muito mais confortável que os demais. Depois, seguiu-se os ciclos da cana-de-açúcar, da escravatura e da mineração.
Com a chegada da Família Imperial, incluem-se os títulos nobiliários: condes, viscondes, barões, etc; quem tinha, era da elite. Vem o café, e com eles os novos barões, que compraram seus próprios títulos, seus casarões e seus bancos. Com a industrialização, transfere-se o poder da posse da terra, para a posse das indústrias, e, com elas, o valor do dinheiro e tudo o que ele pode comprar. Até aqui, as pessoas valiam pelo que possuíam: suas propriedades, ou seja, você vale pelo que você tem.

As cidades passam a centralizar os desejos de consumo e o interesse das pessoas. Há um afluxo das pessoas para as cidades em crescimento. O comércio e a prestação de serviços passam a mover a economia. Novas profissões, novos produtos, novas indústrias. Surge uma nova característica que determina o valor das pessoas: você vale pelo que você é. Um médico, um advogado, um grande comerciário, um industrial; todos passam a ter uma vida com mais conforto.

Vem o desenvolvimento das cidades: novas técnicas, novos produtos, o petróleo, a indústria automotiva, as estradas. Com a chegada da televisão, o consumo cresce, a medida que as indústrias investem na divulgação da sua produção. Cada vez mais as pessoas adquirem coisas. Agora já não basta você ser um bom profissional ou empresário, você tem de demonstrar a sua capacidade de conquista. Comprar torna-se a sua identificação. Casas, apartamentos, terrenos, casas de veraneio, telefones. você é o que você pode comprar.

A modernidade vem trazendo a velocidade. A era da comunicação torna o mundo menor, via satélite, tudo ao alcance de um telefonema, ou um fax. Ou, com a Internet, um e-mail. As novidades passam a ser instantâneas. Lançado hoje no outro lado do mundo, já está disponível para entrega, com pagamento “on line”. Comprar se torna acessível a todos que podem pagar o preço dividido em “n” parcelas. Agora não é comprar que vai te diferenciar. Não adianta adquirir um produto que todos podem ter que vai te tornar uma pessoa “diferenciada”. Você tem de ter algo exclusivo, algo “fashion”, caro, muito caro, que não é para todos, porque o importante não é o produto e sim a “marca”. Para valer não basta ter o poder, você tem de parecer que tem esse poder.

A qualidade de vida dos que tem o poder, está muito distante dos demais que fazem parte dessa mesma sociedade que nada mais desejam, senão a busca de uma vida mais justa e feliz.

E hoje? O que torna a pessoa interessante? Distinta das demais? Será que o poder terá, ainda, de ser determinante na qualidade de vida? Qual a próxima fase?

O Praticismo

O Praticismo é um conceito que vem analisar a vida atual, buscando novas soluções, novos métodos e novas formas de pensamento, com a finalidade de tornar nossa qualidade de vida melhor, possibilitando que todos tenham o direito de ser feliz.